Colheita Especial

HÁ LÁGRIMAS DE PÃO NO ROSTO DO POVO

 

 

 

Há lágrimas de pão no rosto do povo

E um balão do ódio subindo no horizonte:

O ódio dos que sem rosto armadilham os dias

Para que não haja Agosto, um Agosto das crianças,

Cheias de riso na fraternidade universal do branco e do bem,

Que faça içar uma bandeira de sol,

Para que o trigo e as roldanas sejam uma vastidão de amor

Que suspira para sempre a dor

Dos rostos cansados dos tiranizados

Por todo o lado surgindo no poema irmão.

 

 

                                               Fernando Botto Semedo—Lisboa

                                               In: “O livro da primeira classe”