ESPELHO MÍ(S)TICO
ao estro de Ulisses Duarte
passados dois milénios avivaste
meu rumo ao levitar-se para o céu
assumo (des)arrumo e apagaste
a imagem na memória de eu ser Teu
assim me vou deixar sem mais lembrança
ao espelho este Natal já no meu fim:
um velho a olhar-se uma criança
nasceu e vai morrer Jesus (s)em mim.
(Natal de 2004)
Fernando Pinto Ribeiro
In: “O Cisne Submerso”,
Edium Editores, 2010
AMBIENTE
Nesta mesa da sala de jantar
(a minha secretária)…
vagueia um cento de papéis dispersos.
Dir-se-iam exaustos,
moribundos…
cansados de abarcarem tantos versos
Pesados como mundos.
Mas
Mais pesada foi a CRUZ-DE-CRISTO
e deu a esperança à vida
e à morte a ânsia
de caminhar à CHAMA PROMETIDA,
anulando a DISTÂNCIA!
Ulisses Duarte
In: “Da Minha Paisagem”
Edição de autor, 1959
… poéticos e de amizade unem estes dois Poetas, que foram dois grandes impulsionadores e colaboradores desinteressados do lavra…, ambos ligados também à Tertúlia Rio de Prata de Lisboa.